PN [FE]MALE - Strippers. O outro lado do Pole Dance.
- Reh Frada
- 3 de set. de 2015
- 4 min de leitura

Olá Polers!
Hoje quero tratar de um assunto um pouco diferente. Conheço muitas mulheres que gostariam de começar a praticar, mas não começam, pelo simples medo de serem confundidas com Strippers e muitas polers que também não gostam de serem taxadas assim.
Tudo bem que o Pole Dance é sempre ligado ao sensual e às boates; e é comum que pessoas que não estão acostumadas com o Pole, pensarem dessa forma. Mas tirando um pouco de lado aquelas que deixam de praticar por conta do que vão pensar delas, o que mais me chama a atenção, é o número gritante de polers que se ofendem ao serem confundidas com strippers.
Afinal de contas, qual o problema em ser stripper? Ou prostituta? Ou dançar sensualmente? Ou apenas querer ser uma atleta? O Pole tem espaço para todos os gostos. É uma variedade tão grande de oportunidades, que não deveria sofrer tanto preconceito.
Com o grande espaço que nós, mulheres, estamos conquistando dia-a-dia com relação à "nosso corpo, nossas regras", e apesar de não concordar com tudo, tenho que assumir que muita coisa está sendo desmistificada e o "trabalhar com o corpo" é uma delas. Cada um é livre para fazer o que bem entende com seu corpo, sem que isso defina sua personalidade ou caráter.
Eu, Renata, sempre tive a mente livre para coisas novas, e por sempre ser rotulada pela forma como me vestia, pelo som que ouvia, pelos cabelos e tatuagens, aprendi desde cedo que o visual e o que você faz da sua vida, não dizem respeito a mais ninguém, somente a você, e cabe aos outros, deixarem os preconceitos de lado para te conhecerem, ou não.
Sobre strippers, exotic pole, vida de boate, etc... Superei muito bem meus tabus conhecendo lugares e pessoas envolvidas com tudo isso, e fico feliz por essa experiência. Acredito que todos deveriam quebrar seus tabus em algum momento da vida. É libertador.
Recentemente tive o grande prazer de conversar com uma ex-stripper, a Luciana Mohamd Gazal e vou compartilhar um pouquinho da nossa conversa com vocês.
Luciana: "Então, tudo começou quando uma amiga minha saiu de casa. Saiu nada, ela fuigiu e apareceu. Eu tinha brigado com um cara que eu saía e decidi ir embora com ela. No fim acabei descobrindo o que ela fazia e falei "bora, tô com pe na lama vamos atolar mais". Viajamos para onde ela estava; ela foi trabalhar e saiu com o cara dela e eu fiquei sem conhecidos e sem grana. Um cara me olhou e falou "te dou tanto pra tirar a roupa"; eu relutei na hora quando vi uma menina fazendo stripp, pq tinha que tirar a calcinha e não gostei da ideia; mas tava dura, sem grana nem pra comer, minha amiga tava sei la onde, aí fui na cara e na coragem; nervosa pra caral* e fiz. Coloquei uma música da T.A.T.U e fui. Na hora me apelidaram por eu dançar muito rápido kkkk. Estava morrendo de vergonha e só queria que acabasse logo, mas no fim acabei gostando. Um dia, quando chego na boate, tem um mastro de ferro colocado no palco e tinha uma menina virando de ponta cabeça, na hora pirei; nem trabalhei aquele dia, fiquei a noite toda grudada na barra; no outro dia tava com uma dor do caramba no braço, e assim foi por 4 anos. Comecei em Santos, de lá fui para Atibaia, Campinas, Praia Grande e mais cidades."
Na época, ela não praticava o Pole em si, somente quando ela deixou tudo isso de lado, é que o Pole começou a ganhar mais fama no Brasil. Perguntei a ela, o motivo de ter deixado de ser stripper e ela me respondeu que "não queria mais essa vida, queria casar, ter filhos etc" e apesar de sentir falta do Pole "como eu conheci na zona assim dizendo, não queria mais nada do passado na minha vida", deixou de lado; e somente anos depois resolveu conversar com o marido, e então resolveu voltar a praticar. Atualmente ela dá aulas e pretende competir ano que vem.

Aposto que se você olhasse as fotos da Luciana, que se conversasse com ela ou qualquer coisa, jamais imaginaria que ela trabalhou como stripper, e é exatamente isso que eu quero passar. Ser stripper, fazer exotic pole, pole glamour, pole fitness, ou qualquer outra modalidade; nada disso vai definir o caráter de uma pessoa, afinal, querendo ou não, as boates e suas strippers, foram quem ajudaram a espalhar o Pole por aí. Podemos relutar com isso, buscando mil desculpas ou justificativas sobre a origem do Pole, mas sabemos a "verdade" e não é certo desprezarmos isso ou incentivarmos esse preconceito.
Lutamos por um mundo que reconheça o Pole como esporte, arte, dança e tudo o que ele pode ser, e por ser tão versátil, ele tem um espaço enorme para mulheres, homens, trans, crianças, homos, héteros, strippers, médicas, advogadas e tudo mais que possua um corpo e uma alma pole dancer.
Infelizmente, sei de estudios que são totalmente contra o Pole na forma de arte, que não aceitam aulas com salto etc. Estamos ao mesmo tempo que lutando para acabar com o preconceito dos outros conosco, sendo extremamente preconceitusosas com as outras vertentes do Pole. Temos que nos unir, indiferente de estilo, e lutarmos juntas, umas pelas outras.
Afinal gente, sem hipocrisias né? Literalmente , o que uma stripper e uma prostituta fazem? A stripper cobra para tirar a roupa e a prostituta para fazer sexo com outra pessoa. Não tem segredo nem mistério nisso; e também não há nada de errado. Esperta elas ué. Eu mesma já cansei de ver mulheres fazendo o mesmo em baladas após algumas doses, e sem cobrar nada. Por que uma está errada e a outra não? Erradas não são elas, errados são os homens que traem suas mulheres; idependente de ser com as que cobram ou não.
Mais amor, por favor gente. O mundo precisa de menos preconceito e mais conceito.
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